Petraglia, 80 anos: dirigente acumula controvérsias na carreira e é banido do futebol

O Globo Esporte Paraná produziu uma série especial sobre a trajetória de Mário Celso Petraglia. O presidente do Athletico completou 80 anos, e quase 40 deles estão diretamente ligados ao clube. Após abordar as origens de Petraglia e a transformação do Furacão de “um clube de bairro” para ser reconhecido no mundo todo, o terceiro episódio lembra os escândalos e polêmicas envolvendo o dirigente.

Caso Ivens Mendes

Petraglia assumiu a presidência do Athletico em 1995. Em 7 de maio de 1997, o Jornal Nacional divulgou uma reportagem com áudios gravados do então presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Ivens Mendes, pedindo dinheiro a dirigentes para financiar sua campanha para Deputado Federal em Minas Gerais. Nas gravações, aparecem Petraglia e Alberto Dualib, que era presidente do Corinthians.

— O Marcelo Rezende divulga grampos telefônicos em que aparece o Petraglia e o Dualib prometendo dar 25 mil reais para a campanha de Ivens Mendes, que era o chefe da arbitragem, que decidia quem iria apitar os jogos – explica Filipe Andretta, autor do documentário “O Senhor da Razão?”.

— Aquela gravação era clandestina, sem autorização judicial, então vários dirigentes conseguem movimentar a base parlamentar em Brasília, contando também com a comoção popular, porque inicialmente o Athletico foi suspenso por um ano das competições nacionais e internacionais. Acaba tudo em pizza, os rebaixamentos de 1996 são cancelados […], e o Petraglia, que a princípio chegou a ser banido do futebol, tem a pena revertida quando ele já havia cumprido – completa Filipe.

Quando o envolvimento do Fluminense na exposição daqueles áudios veio à tona, o argumento de Petraglia de que não era réu, mas sim vítima, ganhou força. O Athletico começou o Brasileirão do ano seguinte com cinco pontos a menos, enquanto o dirigente foi liberado para voltar a atuar normalmente em 1998.

Relacionamentos

Entre as polêmicas, a diretoria do Athletico foi mudando. Ademir Adur e Enio Fornea, do trio da revolução, deixaram o clube sete anos depois. O único período em que Petraglia deixou de ter qualquer cargo na diretoria foi entre 2009 e 2011.

— O relacionamento com Petraglia se tornou muito difícil, com inúmeros embates, pessoas deixando o clube, e eu creio que isso infelizmente retardou o nosso crescimento. Se o Athletico estivesse continuado unido, o Athletico seria muito maior do que é hoje – afirma Marcus Coelho, presidente do título brasileiro pelo Athletico.

Depois da queda para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2011, Petraglia voltou ao comando do Athletico em 2012. Quanto mais Petraglia crescia como dirigente, mais intenso ficava o relacionamento dele com diretores, com a imprensa e até com os torcedores do Athletico.

— Não tem absolutamente nada concluído, estamos no meio do caminho. Não pensem que vocês vão destruir, enquanto eu estiver aqui será do nosso jeito – declarou Petraglia em entrevista coletiva em maio de 2005.

— O futebol é feito pela renda, e não pelo público. Se um cara só pagar tudo, para mim está bom, basta para eu comprar jogador – defendeu o dirigente em 2015, em entrevista à Fox Sports.

O quarto episódio da série sobre os 80 anos de Petraglia traz os detalhes do presidente negociador, que construiu uma relação com o empresário Juan Figger e fez com que o Athletico se tornasse referência em comprar barato e vender caro no futebol. Confira no Globo Esporte Paraná de sexta-feira.

Mário Celso Petraglia é sinônimo de ambição, entusiasmo, inovação e rebeldia, e é o símbolo de uma nova era no Athletico, a partir das conquistas do Campeonato Brasileiro (2001), da Copa do Brasil (2019) e da Sul-Americana (2018 e 2021).

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